quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Cadê?


Estava eu trocando umas idéias facebookianas com uma amiga outro dia, quando ela me alertou sobre um fato: cadê a rádio Rock de Belo Horizonte? 
Ela comentava que, de passagem por São Paulo, havia matado a saudade da excelente 89 FM.
E em BH? Cadê???
Que saudade dos anos 70 e 80, quando tínhamos várias e reais opções em nosso dial. Figuras importantes e de expressão no cenário da rádio difusão aqui em Minas comandavam e levantavam a bandeira do rock and roll com garra e disposição. O programa “O rock que a Terra não esqueceu”, comandado pelo caricato Get Crazy (hoje mais conhecido como a enciclopédia Adriano Falabella) foi um marco na estória musical de BH - ouvíamos desde os clássicos como Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple, até novidades gringas da época como TNT, Dokken, Anvil e outros. No geral, emissoras como a Rádio Terra, a saudosa Rádio Del ReyLiberdade FM e a Antena 1 nos seus primórdios, abriam pequeno mas imprescindível espaço para que a mineirada independente divulgasse seu trabalho. Com um jabazinho apropriado e um trabalho autoral no mínimo razoável, as bandas conseguiam certa divulgação, mesmo que na maioria das vezes apenas nos programas especializados. Isso porque já nessa época existiam por aqui representantes de várias vertentes do rock e do metal pesado, desde bandas de thrash e death metal, passando pelo hard e o heavy tradicional, chegando até a um rock mais comercial e acessível. Mesmo assim, não era raro de se ouvir na programação normal dessas emissoras grandes bandas locais como Serpente, Kamikaze e outras.
Não precisa ser muito inteligente nem muito observador pra ver que o rock está tendo um revival na brazuca. Engraçado foi outro dia, folheando uma dessas revistas que mulher gosta de ler, ver um ator global e uma modelo faz-tudo jurarem de pé junto em suas entrevistas que eram rockeiros desde pequenininhos. Nosso país já figura na rota das grandes turnês e shows internacionais dos artistas e representantes do estilo. Em nossas montanhas, uma infinidade de casas abrindo espaço pro estilo, moçada mais nova presente, caveirinhas nas blusas das moçoilas, e diversão garantida na pouco aclamada noite da capital. Os mais puristas vão contestar: “Poxa, mas só tem banda cover na praça!”. Tá bom, concordo, eu até toco em uma, e quer saber, é bom também! Sinto-me como um divulgador, um professor em uma missão musical didática de ensinar essa molecada, às vezes nem tão nova assim, o que é rock. E se talvez tivéssemos uma boa rádio especializada no assunto, as bandas com trabalho autoral se sentiriam mais encorajadas a pôr a cara à tapa, a lutar pelo som que fazem e acreditam. 
Hoje, temos ainda a facilidade e a comodidade de se poder ouvir, acessar e compartilhar música e informação na velocidade da rede. Com um clique do mouse ou um toque na tela do seu telefone espertinho, você consegue ouvir qualquer emissora de rádio em qualquer parte do mundo. 
Então por que não uma emissora local de rock and roll, esse estilo cinquentão, mas que a cada dia prova ser o mais popular de todos? 
Uma rádio em BH que divulgue, toque e informe sobre as músicas, os shows, e as novidades em geral, seria não só muito bem vinda e festejada por nós rockeiros, músicos e fãs, como seria também um resgate dos bons tempos das guitarras pesadas em nosso dia a dia.
Então, cadê nossa rádio de rock? Cadê?   
Fica aqui a dica...   


3 comentários:

  1. Saudade... Bons tempos aqueles...
    http://www.youtube.com/watch?v=Juv5Ifs2fFY

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  2. O último suspiro de rádios de rock em BH foi a Savassi FM, já falecida tem tempos. O sinal era muito limitado, mas a programação era inteligente, diversa e claro, com MUITA qualidade. Antes dela, era a 107 FM. Isso antes da época de Mp3 e internet. Meu dial era travado nestas 2 rádios. A 98FM, Jovem Pan são rádios jovens, mas que abrem espaço pra rock em determinados horários (geralmente looooooonge do nobre) ou então colocam coisas que não são exatamente pop, Coldplays da vida, e que láaaaa no fundo lembram uma programação que tinha rock como carro chefe. Nas outras, mais tradicionais, o rock divide espaço com clássicos, MPB e música de elevador, geralmente perdendo na briga. E claro, a maioria do dial é simplesmente proibitiva. Aprendi a gostar de muuuuuita música e banda boa escutando rádio, hábito que simplesmente perdi, depois de cabos auxiliares e USBs, infelizmente.

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  3. Fernando, excelente texto!! Saudade dessas radios!! Venho tb te dar as boas noticias que o Mister T (lembra dele?), com sotacão gringo? Ele tb trabalhou na Radio Terra (O Rock que a Terra não Esqueceu). Bom, ele esta de volta ao Brasil e na Musirama FM de Sete Lagoas. Ainda não sei quando ele vai estrear seu programa e horário. Assim que eu souber eu te divulgo.
    Abs, Edsel

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