segunda-feira, 10 de março de 2014

Rockviews: Overland - Epic

Por Leonardo Santos

Para aqueles que não estão familiarizados (shame on you!), Steve Overland é um vocalista/guitarrista/compositor excepcional, com uma carreira de mais de 30 anos e uma voz sensacional. Sua banda principal, FM (é, simplesmente FM mesmo), lançou seu primeiro álbum (Indiscreet) em 1986 e já fez shows de abertura para grandes nomes como Bon Jovi e Tina Turner. Nos anos 2000, Steve esteve particularmente ativo, com vários trabalhos lançados com as bandas FM, Shadowman, The Ladder e, é claro, Overland. Todos estes trabalhos são de alta qualidade e recomendo fortemente ao meu caro leitor que ouça este material. É um desafio achar qualquer coisa ruim, eu garanto!

Neste álbum, além do magnífico  Steve Overland, temos Mike Slammer (Seventh Key) e o brilhante, mas ainda bastante desconhecido, guitarrista Christian Wolff (Rob Moratti). Levando em conta estes nomes e a qualidade do material já lançado por Overland, minhas expectativas para este álbum eram muito altas. E talvez seja este o maior problema. 

Epic é um álbum executado de forma excepcional. Steve Overland possui uma maneira única de cantar, com uma suavidade que faz com que passagens muito difíceis pareçam extremamente fáceis. A influência de Mike Slammer em alguns riffs e melodias é bastante perceptível e Wolff criou belos solos, todos tocados de forma perfeita. Mas, apesar disso tudo, este não é um trabalho brilhante. As composições são de bom gosto, mas são, também, bastante seguras. Não existe ousadia ou riscos aqui. Isso faz com que seja praticamente impossível algum fã do estilo desgostar de Epic, mas também torna bastante difícil amá-lo. As melodias são bastante óbvias e, apesar de bonitos, todos os refrões parecem familiares, principalmente para quem já conhece o trabalho de Steve.



No final, o que torna Epic realmente especial é a qualidade dos músicos, principalmente do próprio Overland, que possui uma maneira única de interpretar suas canções, algo que hoje está praticamente em extinção. E, apesar de, para mim, ficar um certo sentimento de que este trabalho poderia ir além, Down Comes the Night e If Looks Could Kill, mesmo sem primar pela originalidade, são exemplos de belíssimas músicas encontradas no álbum. Vale toda a atenção de qualquer um que goste do estilo.


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