Que me perdoem os senhores Paul Stanley e Gene Simmons, mas no quesito salto alto, elas fazem e sempre fizeram melhor. Desde os primórdios e áureos anos do jazz norte-americano, com a loiríssima Peggy Lee seduzindo a marmanjada dos anos 40/50 com "Fever", até os guturais berros da arqui-inimiga Angela Gossow neste caótico século XXI, a mulherada sempre mandou muito bem em todos os gêneros da música. Se fôssemos pesquisar e falar de todas, esse texto teria que ser dividido em no mínimo umas vinte partes. Vamos então nos concentrar em apenas algumas senhoras e senhoritas no cenário do rock pesado.
Considerada uma das pioneiras, a já sessentona Suzi Quatro foi a primeira baixista mulher a se ter notícia no mundo do rock. Dona de uma voz rasgante e poderosa, assolou o mundo e as paradas dos anos 70 com o hit "48 Crash". No final desta mesma década, emplacou no quarto lugar da parada da Billboard norte-americana a faixa "Stumblin' In", um dueto pop com Chris Norman, se firmando de vez na posição de uma das cantoras e compositoras mais influentes daquela geração.
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Como tudo nos fantásticos e inspiradores anos 70, a safra de talentos musicais do sexo nem-tão-frágil-assim era imensa: Joan Baez, Carole King e Joni Mitchell já despontavam nas paradas e influenciavam toda uma psicodélica geração. Mas nas geladas terras do quieto Canadá, as irmãs Ann e Nancy Wilson começavam uma carreira longa e promissora com a banda de rock Heart. O álbum de estréia da banda, "Dreamboat Annie" de 1976, é um clássico. "Barracuda", do álbum "Little Queen" de1977, é até hoje uma das músicas mais executadas nas rádios rock por todo o mundo. Nos anos 80, a dupla emplacou vários hits "hollywoodianos" como "If looks could kill", "Alone" e "What about love", entre outros. Ann Wilson é dona de uma voz poderosíssima e Nancy, uma guitarrista e compositora de primeira. Se persistirem quaisquer dúvidas sobre isso é só dar uma conferida em um dos vídeos mais compartilhados na rede, no qual as irmãs prestam uma justíssima e honrosa homenagem ao trio zeppeliano remanescente, emocionando à todos com uma "Stairway to Heaven" de tirar o fôlego.
Nessa mesma época, só que pelos lados da já efervescente Cidade dos Anjos, Joan Jett, Cherie Currie, Lita Ford e as Runaways também já despontavam como uma das bandas femininas mais influenciadoras no cenário do rock pesado. Tão rápido quanto poderia ser uma fuga de uma prisão, com uma pegada quase punk e um jeito despojado e ultrajante, num curto período de dois anos, o quinteto The Runaways emplacou clássicos como "Cherrie Bomb" e "Queens of Noise" e assombrou terras nipônicas numa tour bombástica. Suas integrantes se envolveram com drogas, relações sexuais de todos os tipos, brigas, processos e prisões, até dissolverem o grupo no início de 1979. Tanto Jett quanto Litaseguiram posteriormente carreiras-solo extremamente bem sucedidas, emplacando hits e nos presenteando com grandes álbuns, videos e performances clássicas. O filme homônimo de 2010, com interpretações fiéis e divertidas de Kirsten Stewart e Dakota Fanning, é uma boa pedida pra quem quiser conhecer um pouco mais da conturbada carreira das meninas.
Vindas da chamada New Wave of British Heavy Metal, as meninas do Girlschool também misturavam guitarras pesadas, vocais agudos, jaquetas de couro e muita rebeldia. Em seu auge, abriram vários shows de bandas consagradas como o Uriah Heep e o Motorhead. Com Lemmy e cia., gravaram "Please don't touch" e realizaram uma das turnês de maior sucesso comercial da NWOBHM onde bebidas, sexo, drogas e rock and roll eram a tônica.
Mas quando se fala em metal ou shock rock não dá pra deixar de fora a tresloucada Wendy O.Williams. Com seu visual moicano-mad-max-apocalíptico, Wendy e seu Plasmatics mandavam um som sujo, rápido e agressivo, com estripulias circenses e teatrais que iam de serras elétricas até reboladas de biquíni, incluindo massivas explosões e destruição de televisões e carros no palco. Nos áureos anos 80 e no auge do hard rock, gravou um álbum clássico("W.O.W") produzido por Gene Simmons e com participações especiais dos outros caras do Kiss. Trabalhou em alguns filmes sem muito sucesso comercial, estrelou alguns programas de TV nos EUA e, com um tiro de pistola, abreviou sua própria vida em abril de 1998.
Elas são centenas, senão milhares, nas mais variadas vertentes do rock em todos os tempos que fica quase impossível lembrar de todas. Senhoras e senhoritas do pop rock como Melissa Etheridge, P!nk, Alanis Morissette, Cher, Tina. Courtney Love e seu Hole, L7, Patti Smith, Chrissie Hynde e o Pretenders, Debbie Harry e o Blondie. Como não mencionar as representantes do metal atual como a já citada Angela, a italianíssima Cristina Scabbia e seu Lacuna Coil, Tarja Turunen, a voluptuosa Floor Jansen, a ruivona Simone Simmons e o Epica, Amy Lee, as suecas loiríssimas do Crucified Barbara, e mais recentemente a americana Lzzy Hale do Halestorm, grande parte destas influenciadas pela teutônica e eterna Doro Pesch e seu Warlock. A fenomenal Meghan Krauss (Maragold), a banda hard Vixen, Lee Aaron, ícones como Janis Joplin e nossa brasileiríssima e eterna mutante Rita Lee, todas formam um time de tirar o fôlego não só pela beleza, mas principalmente pela competência e talento.
E de sapatinho baixo, coturno ou tênis, mas principalmente de salto alto, elas fazem tudo que nós marmanjos fazemos. Ou até melhor...
Para aqueles que não estão familiarizados (shame on you!), Steve Overland é um vocalista/guitarrista/compositor excepcional, com uma carreira de mais de 30 anos e uma voz sensacional. Sua banda principal, FM (é, simplesmente FM mesmo), lançou seu primeiro álbum (Indiscreet) em 1986 e já fez shows de abertura para grandes nomes como Bon Jovi e Tina Turner. Nos anos 2000, Steve esteve particularmente ativo, com vários trabalhos lançados com as bandas FM, Shadowman, The Ladder e, é claro, Overland. Todos estes trabalhos são de alta qualidade e recomendo fortemente ao meu caro leitor que ouça este material. É um desafio achar qualquer coisa ruim, eu garanto!
Neste álbum, além do magnífico Steve Overland, temos Mike Slammer (Seventh Key) e o brilhante, mas ainda bastante desconhecido, guitarrista Christian Wolff (Rob Moratti). Levando em conta estes nomes e a qualidade do material já lançado por Overland, minhas expectativas para este álbum eram muito altas. E talvez seja este o maior problema.
Epic é um álbum executado de forma excepcional. Steve Overland possui uma maneira única de cantar, com uma suavidade que faz com que passagens muito difíceis pareçam extremamente fáceis. A influência de Mike Slammer em alguns riffs e melodias é bastante perceptível e Wolff criou belos solos, todos tocados de forma perfeita. Mas, apesar disso tudo, este não é um trabalho brilhante. As composições são de bom gosto, mas são, também, bastante seguras. Não existe ousadia ou riscos aqui. Isso faz com que seja praticamente impossível algum fã do estilo desgostar de Epic, mas também torna bastante difícil amá-lo. As melodias são bastante óbvias e, apesar de bonitos, todos os refrões parecem familiares, principalmente para quem já conhece o trabalho de Steve.
No final, o que torna Epic realmente especial é a qualidade dos músicos, principalmente do próprio Overland, que possui uma maneira única de interpretar suas canções, algo que hoje está praticamente em extinção. E, apesar de, para mim, ficar um certo sentimento de que este trabalho poderia ir além, Down Comes the Night e If Looks Could Kill, mesmo sem primar pela originalidade, são exemplos de belíssimas músicas encontradas no álbum. Vale toda a atenção de qualquer um que goste do estilo.
Sou da época em que música era simplesmente tocada, gravada e reproduzida. Alguns poucos e pré-históricos meios haviam para a mesma atingir nossa cinzenta HD - o discão de vinil, as fitas cassetes, o bom e velho rádio, os shows. E demoravam bem mais tempo pra lá chegar. Hoje tudo mudou e começo a me convencer que para melhor.
Essa semana no Reino Unido foi divulgado que músicas transmitidas por serviços de streaming como o Spotify vão ser incluídas e computadas pela primeira vez nos charts por lá. E lógico, isso trará uma imensa mudança nos mesmos. E quer saber, da perspectiva do artista novo, aquele que atinge o público jovem consumidor de toda e qualquer tecnologia atualmente disponível, isso é muito bom. Em países de primeiro mundo onde tais serviços são consumidos regularmente e na maioria dos casos se pagando para tanto, bandas e artistas ganham com os magros mais sempre bem-vindos royalties, com shows de vindouras turnês, e com mais exposição a medida que seu nome e sua música estiver melhor ranqueada.
Spotify
A Billboard norte-americana já havia antecipado tal tendência ao anunciar, no ano passado, que estaria incorporando os acessos ao Youtube em alguns de seus charts. Mas os números britânicos é que são assombrosos: só em 2013, os serviços disponíveis nas terras da rainha computaram um total de 103 milhões de libras arrecadadas em mais ou menos 7 bilhões de streamings. O atual número 1 da parada britânica, o pop dançante "Rather Be" dos eletrônicos Clean Bandit, se tornou o single mais baixado no Spotify no período de uma semana - foram mais de um milhão de streamings pagos e o mesmo foi escutado mais de três milhões de vezes desde que disponibilizado no serviço. São números nunca imaginados que estão se tornando ordinariamente regulares na indústria da música atual.
Há nem tanto tempo assim isso seria difícil de se imaginar ou conceber. Na época do vinilzão, os álbuns demoravam as vezes um ano ou mais pra chegarem em nossas prateleiras. Conhecer ou ver como era sua banda preferida mais ainda. Lembro dos áureos anos do hard rock, em meados dos 80, quando amigos chegavam da America com fitas de vídeo gravadas com a progamação da MTVyankee, nos trazendo as últimas novidades do rock e do metal. Programas clássicos da televisão brasileira, como o "Rock Concert" na Globo e alguns especias nas redes Manchete e Bandeirantes nos ajudavam a saciar nossa sede. Hoje, no máximos em dois cliques, já vemos e ouvimos os novos lançamentos de nossas bandas e artistas preferidos.
E atire a primeira pedra quem nunca baixou sequer uma musiquinha, mesmo os mais puristas da minha geração. Através dos tais downloads, ilegais ou não, conheci muita coisa boa, artistas novos e antigos, que talvez eu nunca teria acesso. O mundo mudou e a indústria musical também.
Como dizia o velho deitado, "se não pode com eles, junte-se a eles" ...não é?
Fita original VHS Iron Maiden-Behind the Iron Curtain
"Quando o Léo "enciclopédia do hard rock" Santos sugeriu este post, achei mais que válido e excelente a idéia! Gus Monsanto é não só um dos maiores vocalistas do hard rock mundial, mas também um cara humilde, prestativo, sempre disposto a chegar em qualquer lugar e se divertir - o que pra este que vos escreve traduz a essência do rock. Quando o nosso sempre titular Jacques Dinelli não pode estar conosco, nosso primeiro pensamento é o Gus. É sempre um privilégio dividir o palco com ele e tenho certeza, uma honra para todos nós da banda Hard and Heavy". Fernando Pazzini
Por Leonardo Santos
Apesar de toda minha preguiça no horário, provavelmente advinda de uma idade já avançada, no domingão a tarde lá estava eu na casa de shows Stonehenge, em Belo Horizonte, para assistir a um show da banda Hard and Heavy, da qual faz parte o ilustre fundador do Musicabillia: Pazzini em pessoa. Logo após o show da banda Lurex, o Hard and Heavy sobe ao palco e logo começam um burburinho quando as pessoas se perguntavam quem era o tal "cabeludo" com o microfone no lugar do verborrágico Jacques Dinelli.
Usando uma camiseta da banda Eden´s Curse (a banda é boa, seu infiel!) Gustavo Monsanto, mais conhecido como Gus Monsanto, para minha surpresa, se mostrou um ilustre desconhecido de boa parte do público presente. E minha surpresa se deve ao fato de que a lista de trabalhos de Monsanto é grande, enorme!
Foto: Paula Mordente
Nascido em Petrópolis, Gus desenvolveu uma ligação especial com Belo Horizonte quando morou na cidade em 1997 para fazer parte da banda Overdose, que teve como integrante original (de novo!) o baixista Fernando Pazzini. Vocalista a mais de 20 anos, Monsanto possui uma lista extensa de trabalhos, dentre eles o álbum Dominate, com a banda francesa Adagio, substituiu o fantástico Jeff Scott Soto na banda Takara no álbum Invitation to Forever e gravou dois álbuns como vocalista do Revolution Reinassance, com o guitarrista TimoTolkki (Stratovarius).
Olhando só os últimos dois anos, como vocalista principal, Monsanto gravou o álbum Precession, com a banda brasileira Symbolica, Dark Skies Over Babylon com o Code of Silence, banda produzida por Paul Logue, baixista do Eden´s Curse (viu como a camiseta faz sentido?), e ainda Raided Land com o Human Fortress, banda produzida pelo excelente Michael Bormann, vocalista do Silent Force e Jaded Heart. Isso sem contar vários trabalhos de produção, vocais de apoio, aulas no programa TV Cifras e shows com várias bandas cover do Rio de Janeiro. Pode parecer demais, mas fato é que hoje em dia, a menos que você faça parte de alguma super banda do mainstream, para viver de música é preciso mesmo trabalhar bastante. Aquela história que você viu em algum filme, de entrar para uma banda, se tornar milionário e viver cercado por glamour e mulheres é para bem poucos, meu amigo. Mesmo na Europa, é comum músicos de bandas de médio porte participarem de vários trabalhos em um mesmo ano ou mesmo ter outra profissão além da música.
Então você, leitor do Musicabillia, mancebo que gosta de hard rock e heavy metal, sem nenhum exagero, pode se considerar privilegiado por ter a oportunidade de ver ali no quintal da sua casa um "frontman" com trabalho reconhecido no mundo inteiro. Sugiro, também, fortemente, que acesse a página http://www.gusmonsanto.com e conheça um pouco mais um dos maiores vocalistas brasileiros de hard rock e heavy metal da atualidade (Hard and Heavy, sacou?). Assim, na próxima oportunidade, não vai ficar ali se perguntando quem é o tal "cabeludo" e tenho certeza que vai fazer questão de aproveitar um pouco mais o show!
Como diziam os doutores lá do pecado, futebol, mulher e rock 'n roll !
Analisando essa pérola e trazendo pros objetivos do Musicabillia, me pus a pensar o quão bom era tudo isso tempos atrás. Então, como dizia o velho Jack... "Vamos por partes!".
Futebol. Vai começar tudo de novo! Neguinho se descabelando pelo seu time do coração. Insultos, provocações apaixonadas e irracionais por toda parte. Enquanto isso, futebol mesmo que é bão, nada...
Que saudades dos jogos que presenciei nos anos 80, onde verdadeiros jogadores e craques apaixonados nos presenteavam com jogos antológicos. Vi de perto uma geração de ouro jogar - Reinaldo, Éder Aleixo, Zico, Júnior, Andrade, Cerezo, Baltazar, Adílio, Luisinho, Falcão, Sócrates, Paulo Isidoro, Roberto Dinamite, só pra citar alguns. Assistia pela TV, ia muito mais vezes ao campo e ainda tinha referência de craques de outra geração como Luís Pereira, Ademir da Guia, Rivelino, Pelé e tantos outros. Jogadores polêmicos e inteligentes, criadores de caos e de casos, transgressores únicos: Paulo César Caju, Serginho Chulapa, Mário Sérgio e Renato Gaúcho. Jogavam por que amavam o futebol. Dava pra sentir no ar.
Futebol não era uma profissão - muito pelo contrário. Era sim a última das opções no caso de você não conseguir ser médico, engenheiro ou dentista. Marginal. Nos dias de hoje, é investimento. Pais, mães, tias - a familiada toda já compra uniforme, dvds de times e uma redondinha pro pirralho quando ele faz a primeira primavera - "Vai meu filho, vai virar jogador famoso, vai!". 2014, o ano da copa no Brasilzão e o que vemos hoje é um bando de pseudo-jogadores bem intencionados (principalmente com sua conta bancária) mas sem nenhuma categoria com a redonda. Desembestados e com o preparo físico exagerado, ostentam seus cabelinhos moicanos e seus ouvidores de funk. Se preocupam demais com a tal da imagem. Dentro de campo, quem ousa dar um drible mais bonito, um chapéu no adversário ou faz um gol de calcanhar, é caçado pelos adversários acusados pela inquisição das quatro linhas de não estar praticando o tal fair play. Ah, vá....
E a mulher? Que saudades da Amélia que era mulher de verdade, da mulherada que era mulher de verdade, e de um tempo em que padrão feminino de beleza era ser simplesmente "mulher".
Bons tempos da Status,Ele & Ela, revistas de mulher nem tão pelada assim. Homenageávamos elas sim, e a toda hora: mulheres normais, com peitos, bundas, cabelos e pernas de carne e osso. Comentávamos sobre as diferenças e as preferências de cada um. Os peitos pequenos da Carla Camuratti, a exuberância da Cotrofe e da Torloni, o jeito de ninfeta da Vendramini, Cláudia Ohana e sua selva, e a sensualidade natural de laBrunet e Monique.
As de hoje, parecem saídas de uma linha de produção em série. Todas muito bem siliconadas, cabelos artificialmente lisos e com os mesmos apliques. Glúteos lordosamente empinados e exagerados. E as vozes? Que mêda! Num timbre quase de caminhoneiro, disparam imbecilidades, futilidades e nada acrescentam para ninguém, a não ser para os diretores e apresentadores dos programas que promovem as mesmas.
Se pararmos um pouco para pensar, são frutas bizarras e espécimes estranhíssimos.
Padrão de uma geração onde todas têm de ser a mais bonita, a mais forte, a mais sexy, a mais isso e a mais aquilo. Na verdade são só uma caricatura mal feita, exagerada e distorcida, de um passado mais inocente e menos apocalíptico.
Foto: site Mercado Livre
E o tal rock and roll?? Ah, esse vai muito bem, não é? Será?
Um dos álbuns mais comentados do ano que passou foi "13" do Black Sabbath, que na sequência saiu em turnê mundial chegando a esbarrar em nossos portões num show memorável e magistral. Deep Purple, Kiss, AC/DC, Metallica, Iron Maiden, Van Halen, Whitesnake e tantos outros ainda na ativa e carregando a bandeira da competência. Paul McCartney e Elton John deram aula por aqui, Bowie assombrando e causando de novo mundo afora, Townshend e Daltrey ainda cantando sobre os sonhos de uma terra adolescente perdida. E muitos e vários outros de uma inspirada geração de ouro que ainda nos presenteiam com sua longevidade e perseverança. Mas pera aí.. Todas estas bandas e artistas que citei já estão pra lá dos 50 e a muito...De vez em quando nos assustamos com uma notícia destes e outros enfrentando doenças no caminho natural da vida. E outro dia, a ficha caiu - um amigo comentou que ficava se perguntando quem iríamos ouvir ou ver quando essa geração finalmente acabasse. Teríamos os registros em áudio e vídeo, mas e os shows? Única é a emoção de se estar frente a frente com um Ozzy, um Halfrord ou um Bruce (Dickinson ou Springsteen, tanto faz... são ambos monstros!)? Os arrepios e a pressão sonora e que sentimos ao ouvir de perto uma guitarra de um sr. Angus Young ou os graves de um sr. Butler estão sim com os dias contados. E aí, meus caros leitores... acabou! Já era.
Ou será que alguém ainda tem esperança em bandas mega produzidinhas como as gringas Avenged Sevenfold e Ghost que estiveram por aqui ano passado e até causaram boa impressão neste que vos escreve. Mas não dá nem para começar a comparar né! E por aqui em terras brasucas a situação é mais preocupante ainda. Não vejo nada muito impressionante e animador, nem no metal, muito menos no tal rock Brasil, infestado de NXs, CPMs e outros pseudo revoltadinhos por aí. Sem falar nos MCs, DJs, breganejos e pagodinhos que poluem as rádios e os poucos veículos de divulgação ainda disponíveis.
Arrependei-vos pois, meros mortais! Futebol, mulher e rock 'n roll... É o começo do fim!
Salve amigos! Estou orgulhoso de colocar aqui minha primeira publicação direto no Musicabillia e vou começar com a lista dos álbuns que mais gostei em 2013.
Antes vou dizer que meus critérios são bastante livres, o que quer dizer, basicamente, que não tenho quase critério algum (hahaha), a não ser colocar os álbuns que mais gostei mesmo. Além disso, procurei levar em conta resenhas que li e opinião do pessoal que comenta meus posts.
Sinta-se livre para fazer a sua lista ou reclamar que seu álbum preferido ficou de fora!
10° - FM - ROCKVILLE
Esta banda com décadas de estrada nunca teve o devido reconhecimento aqui no Brasil. Aos ouvidos destatentos pode passar despercebida, mas o vocalista e guitarrista Steve Overland faz linhas vocais e riffs simplesmente geniais. Álbum sensacional para ouvir numa viagem de carro. http://www.youtube.com/watch?v=3_6_TLT8ni4
9° - SCHUBERT IN ROCK 2013 Isso aqui foi, para mim, uma ótima supresa no final de 2013. Klaus Schubert é um guitarrista austríaco já com muitas décadas de estrada e criou em 2013 um projeto com grandes vocalistas (Tony Martin, Doogie White, Joe Lynn Turner e Marc Sorace). Álbum high class na linha Pueple/Rainbow. http://www.youtube.com/watch?v=IpiuDq7hv3E
8° - SAXON SACRIFICE
Banda incansável e que continua enviando petardos a cada lançamento sem se render a modinha alguma. E dá-lhe peso!
Bj Vocal é um músico brasileiro que toca nas bandas de apoio de caras como Jeff Scott Soto, Kip Winger e Tim Ripper Owens. Além disso, gravou um álbum como vocalista da banda Tempestt e recebeu boas resenhas no meio. BJ tem, também, um grande show acústico e gravou este ábum para divulgar este trabalho. A seleção é supreendente (e excelente), se arrisca bem longe do lugar do comum, o que faz toda a diferença. Os arranjos e vocais ficaram sensacionais. Este show cairia bem em Belo Horizonte, hein? Namoradas que não gostam de metal agradecem.
Os gênios Mike Portnoy, Richie Kotzen e Billy Sheehan se uniram e fizeram um ábum de hard rock muito bem feito e surpreendemente "acessível". Sem testar o público com doses cavalares da virtuose de quem são capazes, fizeram um trabalho com foco na qualidade dos arranjos e da melodia. O resultado é um dos melhores ábuns, com a "cara" dos trabalhos de Kotzen!
Que surpresa boa foi para mim este álbum! Rock melódico que foge totalmente do padrão, com ótimas composições do brasileiro Alec Mendonça e a voz maravilhosa de Philip Bardowell. http://www.youtube.com/watch?v=7GLKA339CG4
2° SEVENTH KEY – I WILL SURVIVE
Cara, como estes tiozões mandam bem neste cd! Rock melódico progressivo de primeira linha, com arranjos bem complexos e melodias sensacionais! http://www.youtube.com/watch?v=ZADsH0hcEJU
1° W.E.T. - RISE UP
E o primeiro lugar vai para...
Cara, Erik Martensson simplesmente não faz nada ruim! E quando se junta a sujeitos como Jeff Scott Soto e Robert Sall para compor um álbum, o resultado não pode ser menos do que excelente! Tem tudo que qualquer fã de rock melódico pode querer: excelentes riffs e solos, vocais soberbos e refrões com melodias maravilhosas! Learn to Live Again é de fazer arrepiar! Álbum que mais ouvi em 2013!
Por Leonardo Santos Caso você não tenha lido a minha resenha sobre o primeiro álbum da banda (melhor você simplesmente parar de respirar!). Winery Dogs é o Power Trio mais falado do momento. Formado por Richie Kotzen (Poison), Billy Sheehan (Mr. Big) e Mike Portnoy (Dream Theater) a banda reúne músicos geniais fazendo composições acessíveis e de extremo bom gosto, sem abusar de todo o virtuosismo de que são capazes. Em um Music Hall com bom público para o estilo, após um curto show de abertura da banda Scarcéus, o trio subiu ao palco para tocar a explosiva Elevate, música que foi o primeiro vídeo oficial da banda. Instantaneamente, a casa explodiu. Parecia que todos ali sabiam cantar a música, mesmo que alguns fossem mesmo na base do "embromation". O set list, assim como o álbum, é impecável e simplesmente não tem pontos baixos, variando entre o "feelling" extremo e músicas capazes de fazer o mais mal humorado fã de metal extremo chacoalhar, sempre com melodias muito bonitas. Billy Sheehan várias vezes rouba a cena. Contrariando a discrição própria da grande maioria dos baixistas, Sheehan atua de forma furiosa, inserindo solos o tempo todo nas músicas, sempre com maestria, sem prejudicar a melodia. Não tem como ficar indiferente à sua perfomance. Com o som do baixo sempre "na cara" das músicas, é possível sentir sua energia o tempo todo, a forma como ele está ali mostrando que está dando o máximo. E vou te dizer que o "máximo" de Sheehan é gigantesco, amigo! Mike Portnoy já é um caso diferente. A impressão que dá é que sua passagem pelo Dream Theater deu toda a dose de "fritação" virtuose que ele poderia desejar e que isso passou. Portanto, dos três, Portnoy é o que tem atuação mais discreta, com um solo bem curto (mas espetacular!) e sem longos e intricados solos nas músicas. Mas isso é bom, muito bom! Afinal, se o trio fosse uma competição sobre quem mostra mais técnica não haveria energético que me mantivesse acordado. Além disso, Portnoy é um cara simpático. Mesmo ali atrás da batera, interage o tempo todo com o público, animando e brincando com uma expressão de genuína felicidade. Enfim, se você quer ver um Portnoy debulhando a bateria na velocidade da luz terá que ver vídeos dos shows antigos do Dream Theater, mas eu prefiro ver um músico realmente brilhante mostrando linhas de bateria de extremo bom gosto sem deixar de mostrar técnica impecável. Agora, o Kotzen. Bom, dos três, como eu já havia dito na resenha do álbum (você não leu mesmo, maldito?), Richie Kotzen é o menos badalado, já que deixou cedo o Poison para se dedicar a uma carreira solo longe do maistream e sem foco no seu lado virtuoso. Portnoy chegou, inclusive, a dizer que esperava que o Winery Dogs finalmente desse a Kotzen todo o reconhecimento que ele merece. Enfim, o fato é que o cara é realmente impressionante. É quase humanamente impossível alguém cantar e tocar ao mesmo tempo e fazer as duas coisas tão bem! Sem usar palheta, ele parece esquecer a guitarra enquanto solta a voz característica carregada de rock e blues, mas os dedos não param e atuam com precisão incrível! Os solos e os riffs são sempre muito bonitos e, junto com a voz, formam a alma das composições. Com uma postura bem diferente da maioria dos frontmen de rock, Kotzen é tranquilo no palco, quase sereno, mas não deixa de ser simpático e elogiou várias vezes o público presente. Em um show excelente do início ao fim, é muito difícil destacar os melhores momentos, mas o quando Kotzen ficou sozinho para executar a música Stand (Poison) foi emocionante, com todo o Music Hall cantando a plenos pulmões. Regret, com Kotzen nos teclados, foi realmente especial e o encerramento com a poderosa Desire não poderia ser melhor. Enfim, quem esteve presente viu um show realmente memorável, de três dos melhores músicos da atualidade com uma execução magistral. A banda mostrou tudo que poderia se esperar dos melhores: carisma, profissionalismo, sentimento e técnica. Um evento para ficar na memória de todos que estiveram presentes.
Foto: blog vandohalen (Rodrigo Rossi)
Banda:
Richie Kotzen – vocal, guitarra/violão, teclado
Billy Sheehan – baixo Mike Portnoy - bateria Set List:
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