quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval, não me leve a mal...

Tá bom, eu admito!
Assisti alguns trechos do carnaval da Sapucaí na +Rede Globo. Fazer o quê?
Domingão a noite, "sem nada pra fazer...abro a janela e vejo o sol nascer"
Fiquei foi zapeando entre a cerimônia Grammy dos gringos e o carná brazuca. E na segundona, confesso, também vi a Estação Primeira entrando.

Já no desfile de domingo me deparo com uma menininha na bateria do Salgueiro, com um sorriso de "mamãe mandou eu fazer assim", sambando e repicando seu mini-ziriguidum pra todo mundo ver. Que dó!!
Lembrei de quando eu era criança pequena lá em Barbacena, e como odiava o carnaval.
Não sou lá das terras das rosas não, mas tive minhas experiências traumáticas com o tal, tanto aqui na capital, como no interior.
Em Três Pontas, terra do Bituca, uma vez presenciei um quase massacre num carnaval de rua, quando alguns cavalos de uma agremiação local, dispararam contra a platéia.
As matinês do Barroca Tênis Clube, em BH,  me deixavam arrepiado mesmo antes de chegar ao salão. Tortura medieval. Saquinho de plástico cheio de confete, serpentinas na mão, guerrinhas, empurra-empurra, rodinhas de pirralhos meio que sem saber o que estavam fazendo ali. Culpa dos pais!
Depois a gente cresce traumatizado, tem que fazer terapia, tomar tarja preta por causa daqueles pierrots, arlequins, colombinas, e mais de mil palhaços no salão.
Minha lembrança mais aterrorizadora era a hora que a bandinha começava a tocar "Máscara Negra". Apesar de seu título inspiradoramente heavy metal, musicalmente falando, a marchinha é uma das coisas mais sombrias que já ouvi até hoje:

"Foi bom te ver outra vez, está fazendo um ano,
Foi no carnaval que passou.
Eu sou aquele Pierrot que te abraçou e te beijou meu amor.
Na mesma máscara negra que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade..."

Filme de terror com requintes de crueldade era dez vezes melhor do que isso! Que melodia fúnebre! Socorro!!

Mais tarde e um pouco mais velho não foi diferente. Esse negócio de vestir de mulher, soltar o galináceo, deixar aflorar o lado feminino, num sei não. Nunca gostei disso. Uma vez em Cabo Frio, num bloco desses de marmanjos afetados, ou eu me transvestia ou então ia ter porrada. Eu tinha acabado de passar no vestibular e como mandava a tradição, estava de cabeça raspada. O mínimo que lucrei na época foi um apelido de "Piná", antiga musa careca e muito bronzeada da Beija-Flor... é mole?
O tempo passou e, graças aos deuses, hoje eu quero é rock!

No pouco tempo em que fiquei sintonizado na poderosa plim-plim conclui algumas coisas interessantes.
Carnaval  brasileiro realmente é a maior festa popular do mundo e gera muito dinheiro pro Rio de Janeiro, pro Brasil e pro jogo de bicho. Apesar de turbinadas, siliconizadas, e quase obesas, mulher brasileira ainda em primeiro lugar. Transmissão da Globo também é cultura - eu não sabia, por exemplo, que a Mona Lisa é um auto-retrato do seu criador, o Leozin que dá vinte. Tive até saudades do Galvão.
E pra finalizar, todo ano é a mesma coisa: carro alegórico pega fogo, neguinho despenca lá de cima e machuca, a velha guarda é sempre outra mais nova, e na apuração vai ter briga.
Déééeeeeeiiissss, nota dééisssss!!!!!!

Carnaval, vou é "deixar-te" agora, não me leve a mal... Ainda bem que acabou!
Brasil, vamos trabalhar?


Foto: Google Imagens

"Tudo que eu sei  Que era Carnaval 
No alto do morro "Cumendo" o maió pau 


Cade os marginal? É tudo animal 
Cade os policial? É tudo marginal          
Sai daêê ...Curujão!"
(Rio, Samba e Porrada no Morro - Overdose)



Nenhum comentário:

Postar um comentário